domingo, 8 de junho de 2014

[Intercâmbio] Minhas primeiras impressoes (logo qunado eu cheguei, ano passado...)

Oi, genteeeem

Como vocês sabem, eu estou fazendo intercâmbio aqui em Toronto, Canadá. Eu cheguei em 29 de agosto de 2013 e sabia zero inglês. Eu já falei como foi a seleção e como tirei meu visto do Canadá aqui. Depois que meu visto foi aprovado, recebi meu formulário da consulta médica, marquei a consulta e, no dia, fiz todos os exames. 

Aí, em seguida, eu comprei minha passagem para o dia 29/08/2013 (um vôo que saiu de São Paulo - Guarulhos 1 da manhã e alguns minutinhos). Como eu morava em Salvador, saí de lá antes (no dia 28/08/2013 as 18:00 num vôo da TAM para o aero de Guarulhos). Cheguei lá e encontrei com um pessoal (estudantes do CsF também, graças a Deus não viajei sozinha. Esse era meu maior medo) e embarcamos nessa que seria uma grande aventura e mudança na história de nossas vidas.

Muitos estudantes. Muitos sonhos. Muitos desejos. Medos. Inseguranças. Esperanças. Imagina para quem chegou no Canadá sem saber falar inglês? A pessoa que só sabia o verbo to be?? Coragem?? Isso é mais que coragem. Isso é uma coisa que eu nem sei o nome. Fomos na garra e coragem com a única certeza que estávamos fora de nossa zona de conforto e que existe um Deus que sabe de tudo. Se Ele nos trouxe até aqui é porque sabia que tínhamos coragem e capacidade. 



Mas e quais foram as minhas primeiras impressões?? Logo de cara, você chega num aeroporto do tamanho do mundo (tem até hotel lá) e se sente um grão de sal no oceano. Imagina? E sem falar inglês! A única coisa que eu pensei foi "meu Deus, e agora? Como vai ser?" Quem não tem medo né? Todos temos. Mesmo você sabendo que não tem o que temer, rola aquele frio na barriga, aquele aperto no peito com medo de alguma coisa aparecer e alguma coisa sair errada. Ufa! Tudo certo! Já tinha lido tanta coisa (principalmente conversei com estudantes que já estavam aqui) sobre Toronto, mas cheguei aqui e me senti perdida. Não sabia qual direção tomar, como comprar e nem como ir procurar casa. Sim, porque ainda precisávamos alugar uma casa. Graças a Deus no primeiro dia que fomos (eu e alguns brasileiros que vieram no mesmo vôo que o meu) procurar casa, achamos uma. No fim, não foi tão dificil, mas o que tornou fácil foi estar com outras pessoas e que estavam mais direcionadas do que eu. Se não fossem eles, eu não sei o que seria de mim. Nem saberia chegar na região onde moro atualmente. Hahahaha.

O que mais me impressionou nos primeiros dias foi a disponiblidade e paciência em ajudar. Gente, imagina chegar um gringo no Brasil que não sabe falar português e você se oferecer para entender o portungles dele? Foi bem assim. As pessoas sabiam que não tinhamos conhecimento e fluência na língua e se esforçavam para se fazer entender. Muito foto. O hostel que eu fiquei (Hi-Toronto, muito bom por sinal) foi o primeiro lugar que eu pude presenciar isso.

A segunda coisa que mais me impressionou foi a limpeza da cidade misturada com a educação no trânsito: as pessoas obedecem os sinais e os limites da faixa! Sabe outra coisa?? Estranhei tanto quando nos primeiros dias nos íamos para o shopping e as pessoas seguravam as portas para passarmos. Sim, isso é muito comum. Imagine você andando e vem uma pessoa atrás de ti. Certamente você passa na porta e continua andando, certo? Aqui não. As pessoas passam e seguram a porta até você passar ou até que você possa segurar, mas não existe isso de "bater a porta na tua cara" sabe? Muito impressionante. 

Acho que essa última impressão que eu vou falar foi uma que mais impressionou os brasileiros. Muitos falam até hoje dos sorry  que a gente ouve aqui. Sorry é aquele velho pedido de desculpa e os canadenses e os outros povos em geral que moram aqui fazem isso o tempo todo. Se a pessoa se bate em você quando está andando, pede desculpas. Se ela 'atrapalha' seu caminho, ela pede desculpas. Para tudo, um sorry. Mesmo que ela esteja te chingando por dentro, por fora ela te trata bem e te pede desculpa.

imagem: Multicultural Ma

O maior choque foi que, mesmo lendo que Toronto é uma cidade multicultural, eu vi gente de todo canto menos Canadense. Um dos maiores choques foi a quantidade de árabes e indianos que eu vi assim que cheguei.  Nunca pensei que fosse chegar no Canadá e ver tanto turbante e mulheres usando véu. E não ver Canadenses, aquele estereótipo 'louro e olhos claros'. E ouvir tudo que e tipo de língua que você possa imaginar. E não entender nenhuma delas. Toronto não tem identidade. Falta cultura. Foi a primeira coisa que  pensei e senti falta. Certamente, esse seria o ponto negativo da cidade que levaria comigo para o resto do meu intercâmbio.

Por fim, não poderia deixar de falar do choque que é ter segurança. A gente está tão 'acostumado' com a violência no Brasil e andar olhando para todos os lados e com medo de alguma coisa ou alguém que nem imagina que se é possivel viver com segurança. Sim, a segurança me chocou. As pessoas aqui não precisam andar correndo nas ruas ou escondendo seus pertences pelo corpo com medo de que alguém veja. É possivel ver iPhones, os melhores Galaxys da vida, iPads, MacBooks nos ônibus, metrôs e bondinhos. Eu me perguntei como é que vivemos no Brasil com medo da vida. Isso é uma pergunta que eu me faço até hoje quando lembro que vou voltar daqui a alguns meses. Ai ai, God.

Mas, hoje, lembrando essas primeiras impressões que tive do país e da cidade, eu me lembro que mesmo com todo medo, insegurança e dúvidas, eu pensei que tinha feito a coisa certa. Sim. Eu vim para o lugar certo e no tempo certo. Deus tem um propósito na vida de todo mundo. Em 2008, eu disse que estudaria no Canadá em 2013 e olha se não foi o que aconteceu?! Premonição? Sorte? Destino? Determinação? Estava escrito? Só sei que cheguei e mesmo não sabendo inglês e falando várias vezes para mim mesma 'eu estou no Canada...' (tipo a pessoa besta meio deslumbrada... rsrrs), tive a sensação de ter feito a escolha certa. Deus estava preparando coisas melhores ainda para mim. Entrega nas mãos Dele e segue em frente! 'E que venham esses 16 meses', foi o que eu pensei.

Beijinhos,

Tacy.

2 comentários

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